quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Natal do Menino Jesus...


Você já reparou que o natal tem chegado cada vez mais cedo? Este ano chegou em novembro... Totalmente assimilado pelo comércio e pelo desejo de consumo, o natal tem se resumido a compras, presentes, e-mails, telefonemas, mensagens ou votos de um batido “feliz natal” que, no contexto em que vem pronunciado, pouco ou nada revela de seu sentido cristão. Felizmente, o natal cristão não é a comemoração de uma data, mas é a celebração de um evento ocorrido na história: quando chegou a plenitude dos tempos Deus nos mandou seu Filho, nascido de Maria e sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei a fim de que também nós fôssemos adotados como seus filhos (Gl 4,4) e libertos do pecado e de suas conseqüências. Assim sendo, não é o “aniversário” de Jesus que se celebra no natal, mas a iniciativa do Deus-Amor em enviar-nos seu Filho único e entrar na história para nos assumir.

Aliás, não há qualquer evidência histórica de que Jesus tenha nascido no dia 25 de dezembro. A Igreja Católica do Oriente, por exemplo, celebra o natal no dia 6 de janeiro. Nós, no Ocidente, optamos por fazer memória da encarnação do Logos/Verbo/Palavra de Deus no dia em que se celebrava o “Sol Invicto”, pois assim colocamos em evidência que o nascimento de Cristo – o verdadeiro Sol invencível – constitui a vitória da luz sobre a escuridão do mal e do pecado. Ademais, a tradição de se comemorar a encarnação do Verbo de Deus dia 25 de dezembro veio de forma definitiva somente depois do século IV, quando os cristãos remontaram a um escrito de Hipólito de Roma, que em 204 d.C, comentava o Livro do profeta Daniel e citava esta data como sendo a mesma em que os judeus em 164 a. C. já celebravam a festa da Dedicação do Templo de Jerusalém (hanuká, a “festa das luzes”). Conforme ensina o Santo Padre o Papa Bento XVI, a coincidência das festas “vem então significar que, com Jesus, surgido como Luz de Deus em meio à noite, realiza-se verdadeiramente a consagração ao templo, o Advento de Deus sobre a terra”. Já o modo de celebrar o Natal como conhecemos surge mais tarde, na Idade Média, graças a um grande diácono da Igreja: São Francisco de Assis, que acima de todas as outras solenidades, celebrava com inefável zelo o Natal do Menino Jesus.

Por tudo isso, amados irmãos, juntamente com São Francisco diácono, nesse natal olhemos nós para o presépio, e nele busquemos nossa inspiração. Ali, com precisão, teremos a grande razão de celebrarmos: a descoberta de que Deus, por amor, se revela a nós no Menino Jesus e nasce numa família humana em Belém. Em Cristo, Deus nos amou e quis deixar-se amar por nós. Festejemos, então, o Verbo que se fez carne, e veio habitar entre nós (Jo 1,1.14) e estaremos, com certeza, vivendo a experiência de um Feliz e Santo Natal!

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