segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pentecostes

A ida de Jesus para o Pai, levando consigo nossa natureza humana, deixa-nos uma saudade imensa de sua presença visível em nosso meio. Foi necessária sua ida para não nos acomodarmos pelo fato de Ele tudo fazer por nós, sendo salvador, curador de nossas feridas, alimento, caminho, segurança da verdade e verdadeiro vitalizador de nossa existência. Sua saída de nossa experiência terrena não deixou-nos vazios de segurança. Ele e o Pai nos enviam o Espírito Santo, o santificador, doador de dons especiais para nos fortalecer e encorajar a fazer nossa parte na construção da história.
No Dia de Pentecostes, o Espírito Santo revolucionou o coração e a vida dos Apóstolos, ainda chorosos pela subida de Jesus aos céus. Eles perceberam que não estavam como órfãos. O Paráclito os moveu para se sentirem adultos com sua força. Afinal, Jesus tinha sido o Mestre que os ensinara tudo para serem verdadeiramente seus discípulos e missionários. Agora estava na hora de eles colocarem em prática as lições do Mestre. A primeira, baseada no amor de retribuição ao de Deus, seria a de se doar totalmente para tirar a morte e seus mecanismos do coração e da ação humana.
Isto requer total dedicação para a implantação da justiça do Reino do Senhor. Mas Pentecostes não é um fato único do passado. Ele continua na nossa história, como a Eucaristia de cada dia. Vemos homens e mulheres, de todas as condições, etnias, situações, profissões e estados de vida na doação total de si para realizarem o mandato de Jesus. Ele deseja espalhar a vida digna para todos. Enquanto houver alguém sofrendo, espoliado, desesperançado, não evangelizado, seguindo caminhos sem sentido, injustiçado, usando mal os dons recebidos, sem esperança e força para realizar o bem, há tantas pessoas solidárias para ajudá-lo a se erguer e superar seus males.
O Espírito Santo não é propriedade de ninguém. De nenhuma pessoa, de grupo ou comunidade. É Deus de todos. Como pessoa divina estimula a fazer o que compete a cada um. Mas está na vida de todos, estimulando a prática do bem, para o seguimento a Jesus Cristo. Sua forma de agir é múltipla. Muitos o percebem na sensibilidade e no estímulo para servirem o semelhante em cada profissão, comunidade, Igreja e família. Há quem o tenha com mais sentimento. Outro, com mais arrazoado. Muitos com expressão de religiosidade animada. Uns, com o trabalho de promoção humana.
Lembramos também os de perseverança na prática da justiça, da evangelização com o testemunho e o serviço prestados. Bendito seja o Espírito Santificador de nosso ser! Sem Ele, não somos capazes de realizar o bem, a boa política, a formação da família segundo Cristo, o serviço disponível e sem buscar vantagens na comunidade. Súplicas fazemos ao Espírito Santo para que ajude os cristãos de diversas denominações a se entenderem melhor para o testemunho de amor e unidade, tão querido e proposto por Jesus.
Fonte: www.cnbb.org.br Dom José Alberto Moura

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