Estamos celebrando neste dia, a glorificação da Virgem
Maria na solenidade de sua Assunção. Aqui em nossa paróquia, nós a invocamos
com o título de Nossa Senhora Rainha da Paz. Neste “Ano da Fé”, que foi
inaugurado pelo Papa emérito Bento XVI no dia 11 de outubro de 2012 e terminará
na Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo em novembro desde ano, queremos
conhecer Maria Santíssima a partir de sua fé na Trindade Santa: Pai, Filho e
Espírito Santo.
O Evangelho de Lucas 1,39-56 nos fala da visita que Maria
fez a Isabel, que em idade avançada esperava ser mãe de João Batista. As duas
eram parentas, em situações distintas foram escolhidas para serem mães, segundo
os desígnios de Deus. João Batista anunciou aos judeus a conversão dos pecados
e a chegada do Messias; Jesus se manifestou como o Filho de Deus, curando os
doentes e perdoando os seus pecados.
Somente entenderemos a fé de Maria no contexto da espera
messiânica. Ela, sendo a Filha de Sião, mantinha a esperança no cumprimento das
promessas de Deus em relação a seu povo. A Jovem de Nazaré conhecia a profecia
e mantinha-se fiel aos mandamentos de Deus, por esse motivo foi saudada elo
Anjo Gabriel com estas palavras: “alegre-se, cheia de graça! O Senhor está
contigo!” (Lc 1,28). Sua prima Isabel, emocionada e cheia do Espírito Santo,
grita em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e Bendito é o fruto do teu
ventre!” (Lc 1,42).
O povo judeu professava a fé num único Deus, todo poderoso
criador do céu e da terra; para os conterrâneos de Maria e de José, o mistério
da Santíssima Trindade era desconhecido, contudo, eles esperavam o Messias, o
ungido de Deus para libertar o seu povo. Abraão, Isaac, Jacó, Moisés e todos os
profetas professavam sua fé no Deus único e verdadeiro. Jeremias, Isaias,
Ezequiel e outros já profetizavam a vinda do Messias; João Batista nos
apresenta Jesus como o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.
Em seu magnificat, a jovem de Nazaré faz sua profissão de
fé num Deus todo poderoso que fez grandes coisas em seu favor, que seu nome é
santo e sua misericórdia se estende de geração em geração, a todos os que o
respeitam. Este Deus todo poderoso é adorado pelos judeus e por nós cristãos do
mundo inteiro; a única diferença é que nós cristãos o adoramos como: Deus Pai,
Deus Filho e Deus Espírito Santo, um só Deus em três pessoas.
Esta verdade revelada aos apóstolos foi transmitida a nós
pela Igreja, que tem em Maria Santíssima a sua mais perfeita realização; por
isso a liturgia de hoje nos apresenta a leitura de Apocalipse que fala da
“Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa
de doze estrelas”(Ap 12.1). A Virgem Maria é símbolo da Igreja peregrina, que
se mantém fiel ao projeto de Deus.
A Bem-aventurada sempre Virgem Maria, como diz o teólogo
Bruno Forte, é ícone do Mistério. Ela é a filha do Deus que é Pai, ela é Mãe do
Deus Filho e concebeu pelo poder do Espírito Santo que é Deus. Nesta relação
toda especial e única com o Deus Uno e Trino, Maria torna-se um modelo de fé e
de esperança para os cristãos. Olhando para a Mãe de Jesus, nós encontramos a
plena realização das promessas de Deus.
Quando a Igreja declara a Assunção de Maria, está
confirmando para nós que na Virgem de Nazaré se realizou plenamente o Mistério
da Ressurreição de Cristo. Ela foi glorificada pela ação redentora de seu
divino Filho. Todos nós batizados seremos glorificados pela ação de Deus em
nós, esta é a nossa fé. Maria é aquela que está mais perto de Deus, sem deixar
de ser humana.
Podemos rezar com todos os devotos de Maria, dizendo: “sob
a vossa poderosa proteção, recorremos Santa Mãe de Deus para que sejamos dignos
das promessas de Cristo! Amém.”
Santa Maria de Jetibá-ES, 15 de agosto de 2013 – Padre Ermindo
Rapozo de Assis